sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O VENTO E A AREIA

Qual a distância que nos separa?
Quantas lágrimas terei de esconder?
E o mar lava meu rosto.
O Oculto está nos lábios de quem ama.
A primavera passou sem nada para mim.
Entre os lençois jaz o segredo.
Ainda sinto um pouco de medo.
E não há exílio que a vida não responda.
Mas quando será, quando?
Essa noite o mar levou embora a areia dos meus pés.
Eu chamei seu nome.
Todas as estrelas responderam, menos a sua.
O mar, de um lado avermelhado e do outro prateado,
Parece dividir o mundo ao meio.
O vento leva a areia que corre entre meus dedos.
Tal como minhas palavras que se perdem num vazio sem resposta.
E minhas lágrimas são perdidas gotas no oceano.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mahamudra

Mahamudra está para além das palavras e símbolos.
O vácuo não precisa de confiança.
Mahamudra repousa sobre o nada.
Sem fazer esforço,
Mas desprendido e natural,
é possível quebrar o jugo,
ganhando a libertação.
Milhões de vezes mais profunda.
Milhões e milhões de vezes mais alta é Mahamudra.
É fundir-se na fonte do ser.
Morre e te tornarás um deus.
Aqui a gota desaparece
e ali o oceano passa a existir.
Como a água flui em direção ao oceano,
como o vapor ergue-se em direção ao céu,
como o sol é quente e a lua é fria,
assim é a liberdade.
As nuvens que vagueiam pelo céu
não tem raízes, nem lar,
assim são os pensamentos
vagando através da mente.
Tua mente é uma tagarela.
Observa.
Observa sem distinção.
se com a mente alguém observa a mente,
esse alguém destrói distinções
e alcança o estado de Buda.
Nada faças com o corpo, mas relaxa.
Fecha com firmeza a boca.
Esvazia a mente.
Mahamudra é como a mente que a nada se prende.

OSHO