domingo, 27 de dezembro de 2009

sábado, 26 de dezembro de 2009

Annabelle, há uma forte vida em sua pintura, e dentro dessas sombras há a revelação de um profundo caráter, uma dimensão deveras severa do olhar. Você se joga no fundo e por inteiro neste seu universo, imerso de mistérios, de signos e vozes, onde resvalam angústias. Mas não faz mal: a beleza, a grande beleza está em tudo. Tudo de belo a você. Queira receber meu abraço de grande alegria.

Carlos Bracher, Ouro Preto, MG.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

NO CAMINHO DAS PEDRAS

No caminho das pedras nascem raras flores.
A solidão, a dor e a tristeza acompanharam meus passos
Nessa jornada para chegar a mim mesma.
Ao longo da vida tive que suportar a raiva, a decepção e o deboche
de familiares, vizinhos, colegas de colégio e trabalho e de estranhos,
para ser fiel a mim mesma.
Fui ameaçada, aberta ou veladamente, por aqueles que deveriam ter me
protegido com punições e com rejeição.
Ainda assim segui ouvindo a música que vinha do meu coração.
Senti muito medo e vergonha.
Me vi errando e errante atravessei desertos.
Foram duras as lições que recebi.
Mas aprendi que para Deus não existem excluídos.
Deus não discrimina, não tem preconceitos.
Ainda sinto um pouco de medo, confesso.
Medo desse mundo que aponta as diferenças e as condena.
Medo dessa gente de rasa mente.
Mas sigo meu caminho sem vergonha de dizer que
Eu sou exatamente o que deveria ser: HOMO - GENTE.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O VENTO E A AREIA

Qual a distância que nos separa?
Quantas lágrimas terei de esconder?
E o mar lava meu rosto.
O Oculto está nos lábios de quem ama.
A primavera passou sem nada para mim.
Entre os lençois jaz o segredo.
Ainda sinto um pouco de medo.
E não há exílio que a vida não responda.
Mas quando será, quando?
Essa noite o mar levou embora a areia dos meus pés.
Eu chamei seu nome.
Todas as estrelas responderam, menos a sua.
O mar, de um lado avermelhado e do outro prateado,
Parece dividir o mundo ao meio.
O vento leva a areia que corre entre meus dedos.
Tal como minhas palavras que se perdem num vazio sem resposta.
E minhas lágrimas são perdidas gotas no oceano.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mahamudra

Mahamudra está para além das palavras e símbolos.
O vácuo não precisa de confiança.
Mahamudra repousa sobre o nada.
Sem fazer esforço,
Mas desprendido e natural,
é possível quebrar o jugo,
ganhando a libertação.
Milhões de vezes mais profunda.
Milhões e milhões de vezes mais alta é Mahamudra.
É fundir-se na fonte do ser.
Morre e te tornarás um deus.
Aqui a gota desaparece
e ali o oceano passa a existir.
Como a água flui em direção ao oceano,
como o vapor ergue-se em direção ao céu,
como o sol é quente e a lua é fria,
assim é a liberdade.
As nuvens que vagueiam pelo céu
não tem raízes, nem lar,
assim são os pensamentos
vagando através da mente.
Tua mente é uma tagarela.
Observa.
Observa sem distinção.
se com a mente alguém observa a mente,
esse alguém destrói distinções
e alcança o estado de Buda.
Nada faças com o corpo, mas relaxa.
Fecha com firmeza a boca.
Esvazia a mente.
Mahamudra é como a mente que a nada se prende.

OSHO