segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PAI NOSSO

Um exemplo de como os textos da Bíblia foram alterados a partir das traduções para o grego, e depois para o latim, e deste para as línguas modernas – para além das deturpações que o Concilio de Niceia, presidido pelo Imperador bizantino Constantino, em 325 d.C. introduziu nos textos – é a oração do “Pai-nosso”.
um texto descoberto, escrito em Aramaico, revela o Pai-nosso original o ensinado por Jesus:

Pai-Mãe, respiração da Vida, Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos!

Faça a sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós para que possamos torná-la útil.
Ajude-nos a seguir o nosso caminho, respirando apenas o sentimento que emana do Senhor.
O nosso EU, no mesmo passo, possa estar com o Seu, para que caminhemos como Reis e Rainhas com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo, sejam um só, em toda a Luz, assim como em todas as formas, em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós, pois, assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iludam.
E liberte-nos de tudo aquilo que impede o nosso crescimento.
Não nos deixe ser tomados pelo esquecimento de que o Senhor é o Poder e a Glória do mundo, a Canção que se renova de tempos em tempos e que a tudo embeleza.
Possa o Seu amor ser o solo onde crescem as nossas ações.

Que assim seja.”

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Take it Easy

O desejo de perfeição é a busca do útero perdido, do paraíso perdido. A criança é totalmente feliz no útero da sua mãe; essa memória persiste. Ela não é apenas uma memória no cérebro; ela está em cada célula do corpo, em cada fibra do corpo.
Aqueles nove meses foram de gozo, de relaxamento e entrega tamanhos, que não é fácil esquecer. Embora conscientemente você tenha se esquecido – devido ao trauma do nascimento – seu inconsciente ainda anseia pelo útero; ele tenta, de todas as formas, voltar ao paraíso perdido.
A religião consiste nessa busca e a ciência igualmente. O esforço científico tenta criar o mesmo útero no exterior – aquecimento central, ar condicionado, boas roupas, melhor tecnologia. Você se empenha em criar o útero exterior. E a religião tenta criar o útero interior – com a prece, técnicas de meditação, com o amor, com Deus. Mas seu empenho é o mesmo, voltar àqueles lindos dias. Esse útero perdido é a fonte da parábola de Adão e Eva no Jardim do Éden. O desejo de perfeição consiste nisto: seja qual for a sua situação, ela nunca satisfaz. Nunca é como deveria ser, há sempre um senão. Você ainda fica imaginando um estado melhor das coisas, melhores dias, melhores possibilidades. E fica ansiando por elas.
consegue viver com esse desejo de perfeição? Ele é a fonte de todas as neuroses. O homem que deseja ser perfeito, inevitavelmente torna-se um neurótico, porque não consegue estar aqui. Ele vive no futuro que não existe. Não pode desfrutar o presente momento, só condená-lo. Não pode amar esta mulher, porque tem uma idéia da mulher perfeita. Não pode saborear. nada mais o satisfaz. Sua expectativa está sempre presente: ele está sempre comparando e sempre se decepcionando. A distância entre você e a idéia da perfeição permanece a mesma. Se você tem dez mil, precisará de cem mil para ser feliz. Quando tiver cem mil, seu desejo já caminhou para a frente; agora isto já não basta. Acontece em todas as áreas da vida. Meu empenho aqui é em ajudar você a abandonar toda essa besteira. Abandonando-a, pela primeira vez você será real.
A realidade nunca é perfeita. Se a realidade está sempre crescendo, como ela pode ser perfeita? Só a imperfeição pode sentir a alegria do crescimento.
Seja imperfeito respeite suas imperfeições, e você poderá ser saudável e inteiro. Na verdade, se o seu estresse mental desaparecer, o seu corpo se sentirá imediatamente relaxado. Muitas doenças desapareceriam automaticamente da face da Terra, se essa idéia idiota de tornar-se perfeito desaparecesse. Eu lhes ensino a totalidade e não a perfeição: são dois objetivos diferentes. A perfeição está no futuro, a totalidade está aqui e agora. Você pode ser total neste momento. Pode ser total em sua raiva, pode ser total em seu sexo, pode ser total em tudo o que esteja fazendo, limpando o chão, cozinhando, escrevendo poesia. Você pode ser total! neste momento! Isso não exige preparação, não exige treinamento. Sendo total, você entrará em Deus, entrará no nirvana. Quando se é total, o eu desaparece – esta é a beleza da totalidade. Eu lhes ensino a totalidade. Na totalidade, o eu desaparece; com a perfeição, acontece justamente o contrário. Com a idéia de perfeição, o eu é reforçado. É um ideal egoísta.

Ninguém pode salvá-lo, a não ser que você mesmo se salve.

Não é fácil; é difícil, é muito difícil entender isso. É quase impossível entender, porque romperá todo o seu estilo de vida. Não é fácil...Take it Easy.
Verdade é aquela cuja contradição é também verdadeira.


OSHO

sábado, 3 de setembro de 2011

Ensaios do vento

Componho meu desejo em torno do seu tempo

varro minha dor com esperanças sem cor

Descobrindo ensaios no vento

Na dança da folha de papel

E movimentos na flor

Que se abre para mim

Com suas pétalas carmim

Nada me cala mais que sua voz

Acho que vou sonhar

Queria assim me encontrar

Em volta do seu corpo orbitar

Enloquecendo as partículas

Centrifugando os sentidos

Meios desmedidos

Atraso meu dia pra acompanhar seus passos

Nem consigo me mexer

Ora a deriva, ora ancorada

Subindo escadas que não dão em nada

Como perspectivas impossíveis de Escher

Entre cobras e anões

Entre cobras e anões

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

Cecília Meireles